Revolução Industrial - História

12/04/2012 20:25

Pioneirismo Inglês

 

  • O início do processo industrial na Inglaterra deve-se em parte a seu acúmulo de capital durante os séculos XVII e XVIII. Nesses séculos, a Inglaterra, graças a seu poderio naval e comercial, conseguiu formar uma extensa rede comercial mundial. Importante papel exerceram alguns tratados que favoreciam os ingleses. Acrescenta-se também a existência de grandes jazidas de carvão mineral, responsável pela geração de energia nas indústrias, e minério de ferro no solo britânico, matéria-prima para a construção das máquinas. Havia, além disso, uma grande população desempregada – portanto, mão de obra barata – expulsa do campo pelo processo de cercamento. Já que o custo da força de trabalho era muito pequeno, era possível aplicar grandes somas de capital em novas instalações. A Inglaterra possuía a melhor frota naval, o que facilitava o transporte de mercadorias.
  • Passo a passo, a política internacional inglesa foi consolidando sua supremacia mundial, contando com uma frota mercante cada vez maior. À frente de toda a Europa, até se destacar como a maior potência econômica. Politicamente, a Inglaterra sepultara o absolutismo e ficou estabelecida a supremacia do Parlamento inaugurando-se o Estado liberal inglês, o governo estava comprometido com o enriquecimento da burguesia.

 

Primeira Revolução Industrial

 

  • A industrialização iniciou-se com a mecanização do setor têxtil, cuja produção tinha amplo mercado nas colônias, inglesas ou não. Entre as principais invenções mecânicas do período destacam-se a máquina de fiar, o tear hidráulico e mecânico e a máquina a vapor. Com a sofisticação das máquinas, houve aumento ainda maior da produção e da geração de capitais. A mecanização alcançou o setor metalúrgico, impulsionou a produção em série e modernizou e expandiu os transportes. Há também a criação da locomotiva e barco a vapor, mas estes são difundidos só na 2° Revolução Industrial.
  • A Revolução Industrial logo alcançou o continente e o resto do mundo, chegando à Bélgica, à França e posteriormente à Itália, à Alemanha, à Rússia, aos Estados Unidos e ao Japão. Ao contrário da Inglaterra, esses países não adotaram o liberalismo econômico de modo tão pleno, assumindo atuações protecionistas. A expansão industrial estimulou o imperialismo do século XIX, gerava-se desse modo o contínuo crescimento de capital que caracteriza o sistema capitalista.
  • Para aumentar os lucros, elevou-se a especialização do trabalho. O operário moderno perdeu o controle do conjunto da produção, passando a ser responsável por apenas uma parte do ciclo produtivo de uma mercadoria. Na estrutura socioeconômica, deu-se a separação definitiva entre o capital, representado pelos donos do meio de produção, e o trabalho, representado pelos assalariados. Na maior parte dos casos, eliminou-se a antiga organização corporativa da produção utilizada pelos artesãos.
  • A partir da 1° Revolução Industrial as cidades tendem a se sobreporem ao campo, tanto em tamanho quanto em importância. As indústrias não proporcionavam boas condições de trabalho, geralmente eram quentes e úmidas, com pouca ventilação. A alimentação servida para os operários nas fábricas era insuficiente e de péssima qualidade.
  • A rigidez do ambiente fabril também se transformava em outro problema social urbano. Os operários, visando atender a demanda de seus patrões, eram obrigados a trabalhar durante várias horas. A jornada de trabalho de um jovem do sexo masculino poderia chegar até dezoito horas diárias. O grande número de desempregados forçava o trabalhador a aceitar remunerações extremamente baixas. Mulheres e crianças era a preferência, trabalhavam geralmente durante a noite ganhando, em média, um terço do que um homem adulto recebia pela mesma função. A falta de segurança também fazia da fábrica um ambiente que oferecia sérios riscos à vida dos trabalhadores. 
  • Para refletir sobre o quadro social da nova ordem industrial, os operários associaram-se em organizações como as trade unions (sindicatos).
  • Nesse âmbito de tantas transformações e mazelas sofridas pelo trabalhador, o movimento cartista foi um dos primeiros a reivindicar a participação política do operariado, a redução das jornadas e a melhoria das condições de trabalho. No documento chamado de Carta do Povo, entregue ao Parlamento, o movimento defendeu a substituição do voto censitário pelo sufrágio universal e a instituição do voto secreto.
  • Para os trabalhadores, as máquinas se transformaram na principal responsável pela situação de exploração e de desemprego em que se encontravam. Os trabalhadores quebradores de máquinas ficaram conhecidos como ludistas, pois o principal líder, supostamente um personagem, do movimento se chamava Ned Ludd.

 

Segunda Revolução Industrial

 

  • Na 2° Revolução Industrial, os fatos de maior destaque foram em relação a inventos e descobertas, dessa vez o que impulsionou foi o uso do petróleo como fonte de energia, do aço obtido a partir do ferro (Processo de Bessemer) para a construção de máquinas resistentes e duradouras, da força das águas na geração de energia elétrica – surgem as usinas hidrelétricas, a criação do motor a combustão interna, do Dínamo – transforma energia elétrica em motora, do telégrafo – melhorias na comunicação, do carro e do avião.
  • O movimento operário tende a ganhar mais organização e embasamento teórico.
  • O capitalismo entra em sua fase Financeira e Monopolista. Isso significa que a posse e controle do capital passaram para as mãos dos bancos e conglomerados econômicos. Os conglomerados monopolistas se davam de várias formas, o truste funcionava por uma fusão entre empresas do mesmo ramo (horizontal) ou pela compra de fornecedores (vertical), o cartel era a combinação de preço e o holding, a compra da maioria das ações de uma empresa por determinado grupo.
  • A especialização e divisão do trabalho são cada vez mais acentuadas.
  • Surgem novos paradigmas na produção. O taylorismo se baseia na movimentação mais efetiva dos trabalhadores dentro de um período mais curto de tempo. O fordismo trabalha com a distribuição dos trabalhadores e das máquinas no espaço, introduzindo linhas de montagem na qual cada operário ficava em um determinado local realizando uma tarefa específica enquanto uma esteira se deslocava pelo interior a fábrica. O toyotismo se preocupa com a qualidade do produto e a diminuição do desperdício.

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