Literatura - Romantismo: A Arte da Burguesia

16/05/2012 20:30

 

  • O homem romântico do século XIX originou-se da sociedade burguesa que pôs fim ao Antigo Regime, sonha com ideias de igualdade e justiça social e apresenta traços individualistas ou narcisistas.
  • Cabia ao Romantismo a tarefa de criar uma linguagem nova, identificada com os padrões mais simples de vida da classe média e da burguesia. Assim, a arte romântica dá início a uma nova etapa na literatura, voltada aos assuntos contemporâneos – efervescência social e política, esperança e paixão, luta e revolução – e ao cotidiano do homem burguês do século XIX.

 

  • Algumas características do Romantismo:

·                    Predomínio da emoção;

·                    Subjetivismo;

·                    Nacionalismo;

·                    Maior liberdade formal;

·                    Vocabulário e sintaxe mais brasileiros;

·                    Gosto pelas redondilhas;

·                    Valorização da cultura popular;

·                    Natureza mais real, que interage com o eu lírico;

·                    Sentimentalismo, estados de alma tristes e melancólicos.

 

·         Contexto Histórico

 

  • Economicamente, a Europa presenciava a euforia e as consequências da Revolução Industrial na Inglaterra. Social e politicamente, tendo a burguesia alcançado o poder na França, com a Revolução Francesa, iniciava-se a luta pela solidificação do poder, liderada por Napoleão Bonaparte, e de combate ao movimento contrarrevolucionário e conservador conduzido pelas principais monarquias europeias, as da Áustria, Rússia e Prússia.
  • O Iluminismo impulsionava a burguesia e o povo, com propostas de um governo democrático, eleito pelo povo, de igualdade e justiça social, de direitos humanos e liberdade.
  • Se os românticos se rebelaram contra as rígidas normas da tradição clássica, naturalmente não estavam dispostos a seguir regras. O que os une são certos princípios gerais, como liberdade de expressão e anticonvencionalismo. Dessa forma, é natural que existam no interior do movimento romântico várias tendências e grupos de artistas diferentes, que as vezes chegam até a ser contraditórios entre si.
  • Na arte romântica nota-se igualmente uma forte valorização do indivíduo: na prosa, destaca-se a figura idealizada do herói romântico, cujas qualidades são incomparáveis; na poesia, o eu lírico volta-se para si mesmo, buscando retratar com profundidade seu mundo interior e suas dificuldades em relacionar-se com o mundo externo.
  • A Revolução Industrial e a solidificação do capitalismo produziram no homem do século XIX a sensação de alienação, de perda do todo. O interesse dos românticos pela natureza, pela Idade Média e por outras culturas distantes podem ter a razão de verem nelas uma forma de vida mais integrada do que a oferecida pela sociedade industrial.
  • Os jovens europeus não viram cumpridas as promessas da Revolução Francesa, baseadas nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Alguns caíram numa forte onda de pessimismo e tédio, desacreditados da política e das lutas sociais. Esse grupo que corresponde à segunda geração romântica do Brasil tem uma postura de fuga da realidade, manifestada através da fuga para o passado, para o futuro, para a natureza, para o sonho ou para a loucura, para o interior do próprio eu, para a morte. Surgiu também uma corrente social e política, que visava promover novas mudanças na sociedade, formada pelos condoreiros, a fim de que a humanidade alcançasse finalmente a liberdade e a justiça social.
  • No romantismo brasileiro, a América, com sua natureza exuberante e selvagem, pode ser considerada um continente primitivo e inocente. E o índio brasileiro, idealizado, foi identificado com o “bom selvagem” de Rousseou, que em sua teoria defendia que o homem é primitivamente puro, mas se perverte no convívio com a sociedade. 

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